terça-feira, 19 de setembro de 2017

devagar, devagarinho, basicamente parados

Então, a ansiedade levou-me a melhor e decidi passar na Segurança Social. Na verdade, encontrei-me lá quase sem decidir - estava por perto, era sexta-feira (o dia disponível para esse fim), e entrei.
E fiquei a saber que a formação C não vai ser este ano. Isso não tem grandes (ou nenhumas) repercussões, mas enquanto damos esses passos sempre vamos sentido que estamos a avançar. Esse passo não será para já. Até aqui, tudo bem.
Depois, fiquei a saber que a maioria dos processos que estão a ser apreciados agora aqui no distrito são de 2012. 2012! 5 anos. E sim, naturalmente há variações, desde logo consoante as características dos candidatos, do perfil que pretendem, das crianças que reúnem condições de ser adotadas a cada momento, etc. Mas uma média de 5 anos (naturalmente haverá casos mais rápidos e outros mais lentos) leva-me a enfrentar a possibilidade de vir a adotar lá para os 40. Mesmo estando abertos a receber irmãos, não há garantia de que venha a acontecer mais cedo. Com este horizonte temporal, fazer a formação C este ano, no próximo ou ainda mais tarde não fará mesmo diferença nenhuma.
É mesmo muito tempo, mais ainda contando com os anos de espera que já trazemos na bagagem desde que começámos a tentar engravidar. Se tivesse dado entrada com o processo nessa altura (2012) estaria agora provavelmente a receber a chamada. Claro que na altura não estávamos prontos para dar esse passo - mas caramba, demora tanto tempo que teríamos tido tempo de nos preparar ou, pelo contrário, perceber que não era o passo certo, se fosse esse o caso.
O meu conselho - se é que o posso dar a quem não o solicitou - é que se ponderam adotar não ponderem muito. Não esperem pela certeza absoluta ou pelas condições ideais. Dêem início ao processo e ponderem tudo o que houver que ser ponderado durante a espera, que será longa. Têm que ter alguma noção do que querem e o mínimo de condições, para poderem fazer a avaliação com sucesso, mas não esperem pelos 100%.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Tenho andado calada

E a razão é mesmo falta de notícias. Estamos bem dentro do túnel. Silêncio total.

Tenho andado tão imersa no trabalho que nem consigo pensar em nada, mas hoje, antes de uma reunião, tive uma pausa. Passei por aqui, passei por alguns blogues com lutas parecidas. E fiquei com o coração apertado outra vez.

Ao fim de 5 anos, não dá para continuar a fazer a vida girar a volta da infertilidade. Nem sequer da adoção. A vida vai continuando. Mas de vez em quando, lá está ela, à nossa espera, para nos ensombrar o dia.

Acreditem que esta viagem não é nada suave.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Da outra caminhada

(fonte: http://radiomaededeus.com/site/wp-content/uploads/2017/03/doiscaminhos.jpg)

Depois da última reflexão que partilhei aqui convosco, e com o peso do aniversário, acabei por ligar para o Hospital e perguntar se era normal ainda não ter sido novamente chamada. Estava convencida que tendo passado tanto tempo devia ter havido algum extravio do postal e que teríamos faltado a alguma coisa e sido retirados da lista.
Disseram-me, para minha surpresa, que a lista de espera no hospital aumentou muito e que por isso é normal ainda não termos sido chamados. E mais, que possivelmente poderemos ser chamados nos próximos tempos.
Quer dizer então que a outra caminhada pode não estar ainda encerrada. Seguimos, então, pelos dois caminhos.

quinta-feira, 27 de abril de 2017

36

Fiz, por estes dias (já alguns, o tempo passa depressa), 36 anos.

Fez nesse dia exatamente um ano que fiz a transferência de embriões. Foi um aniversário bem diferente deste.
Passou mais um ano, sem notícias do hospital.
Passou mais um ano, e para quem é infértil e passou a barreira biológica dos 35, um ano é uma eternidade.
Passou mais um ano... e não me atrevo a ligar para saber se se perdeu alguma carta ou não nos chamaram mesmo. E não sei se quero que nos chamem. Não sei se quero saber. Não sei se quero voltar a passar por tudo outra vez. E não ser chamada é uma forma de adiar a decisão. De decidir não decidir.
Fechar portas é duro.
E neste ano, o processo já é outro, e também esse é lento e sem respostas. Entramos na fase do silêncio. Terminadas as avaliações, só silêncio e espera.

Estamos à espera.
À espera de uma carta.
À espera de um telefonema.

Há outras coisas, entretanto, na espera. Não há apenas vazio e silêncio. Há trabalho, e vida, e stress, e família, e casa e as coisas do costume. Muitas coisas. Mas não deixa de haver a espera, o vazio, o silêncio, preenchido de muita coisa.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Mais família

Como previsto, este fim de semana foi a vez de contarmos à família do maridão. E as reações foram boas.
A sogra, mais contida, só comentou que «crianças são sempre crianças» e que «nós é que sabemos».
Os cunhados fizeram, de facto, festa.
O cunhado até ficou emocionado de tão feliz. Ficou surpreendido por não termos dito nada durante o processo de avaliação.
A cunhada perguntou detalhes, porque também já ponderou essa hipótese!
O melhor amigo do marido, que também estava lá e também é «família» ficou surpreendido, partilhou uma história positiva de outro casal que adotou, em fim, aceitou bem.

Ficamos com uma rede de apoio mais alargada. Acho que melhor era difícil!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Experiências

Este fim de semana ficámos com os filhos de um casal amigo. São amigos muito chegados, daqueles que são basicamente família - as crianças tratam-nos por tios, e os pais foram passar um fim de semana fora.
Fomos buscá-los à escola na sexta-feira à tarde. Primeiro o rapaz, de 7 anos, depois a menina de 10, e ficaram connosco até domingo à noite.
Foi a minha primeira experiência do género, confesso.
São duas crianças relativamente fáceis, com as suas brigas de irmãos e asneiritas normais - nada de muito complicado, mas mesmo assim, é uma responsabilidade e uma mudança de ritmo que para nós é inédita e que poderá dar um pequeno cheirinho do que será adotar dois irmãos, num futuro incerto. Acabei por sentir que era um pequeno teste.
E então? Fiquei muuuuito cansada - parabéns a quem consegue manter este ritmo todos os dias! Mas correu bastante bem. Acho que eles gostaram. Fartámo-nos de passear (passámos o mínimo de tempo possível em casa, para eles não ficarem colados aos ecrãs e a discutir quem jogava a seguir no tablet), jogámos um jogo de tabuleiro, visitámos um museu, atribuímos-lhes tarefas (as mesmas que têm em casa - fazer a cama, ajudar a tirar a mesa, etc.), mantivemos a disciplina, caçámos pokemons, ajudámos a fazer os TPC... enfim, assumimos a responsabilidade e a brincadeira, durante 2 dias. E não correu mal. Adorei ver o maridão nesse papel - ele tem mesmo imenso jeito. E eu, apesar de não ter tanto jeito como ele, acabei por entrar com mais naturalidade do que esperava nesta função.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A família


Ainda não tínhamos contado nada sobre este processo de adoção à nossa família. Antes de termos o resultado da avaliação era mais uma incerteza - podíamos estar a contar um projeto que iria ser impedido logo à partida e a criar expectativas para nada.
Depois de chegar o resultado da avaliação, começámos a achar que estava na hora de contar. Aquilo que li sobre adoção era pouco otimista a este respeito. Alertava para o facto de a família alargada muitas vezes não estar preparada para lidar com o tema da adoção e poder não reagir de imediato com entusiasmo. Na verdade, nós também precisámos de anos para nos preparar, e chegar até à decisão de adotar, por isso não é de estranhar que os nossos pais precisem de tempo para se habituar à ideia. E tendo isso em conta, decidimos que não era bom adiar a conversa, para garantir que haveria tempo para essa evolução acontecer.
Este fim de semana contámos aos meus pais. E a reação - apesar de não ter sido de entusiasmo - foi bastante positiva. A minha mãe gostou particularmente da ideia de adotarmos irmãos (é o que queremos). Teve maiores resistências à questão da idade, mas acabou por perceber. Não houve qualquer questão sobre a questão da raça - eu disse que não tinha sido um fator no nosso perfil. As questões que a minha mãe fez foram questões que nós próprios nos fomos colocando ao longo do tempo - sobre o processo, sobre a adoção intenacional, etc.
O meu pai não disse nada... mas já me contento com essa reação.
Resumindo - a primeira etapa (contar aos meus pais) foi um sucesso. 
Agora falta a família do marido.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O tempo vai passando

(Não, não somos nós)

E nada de notícias. Ainda não sei quando vai começar a formação C. Tenho que me ir habituando a estes períodos de silêncio, que naturalmente vão aumentar bastante daqui em diante, e ir-me agarrando aos nossos objetivos.
Nos próximos anos (não sei quantos) vai haver muitos silêncios e interrogações.
E uma gravidez estranha, esta gravidez de papel (paper pregnent, como dizem os americanos) - de duração indefinida, sem sintomas, sem sinais, sem movimentos que nos digam se o nosso filho está a caminho e quando chegará. Só silêncio, e uma carta que diz que fomos aprovados como candidatos. Apesar de tudo, é melhor do que a ausência da carta e a indefinição completa, mas a fase de avaliação, com os seus momentos de encontro com as técnicas da segurança social, ia pontuando uma noção de caminho que ia sendo percorrido em relação a uma meta intermédia (a tal da carta).

Por falar em carta, fiquei espantada com a sua simplicidade. Depois de muita espera e antecipação é difícil que a realidade corresponda à expectativa! Era só uma folhinha de papel, normal, branca, de baixa gramagem. Esperava uma coisa com mais cara de diploma. É parvoíce, totalmente irrelevante, eu sei. Mas esperava um pouco mais de pompa e circunstância, a marcar este evento que para nós é tão importante. Mas nada. Não houve festa, nem balões (como no Blogue Ripped Jeans and Bifocals ;) ), e nem sequer uma cartolina colorida com ar de celebração.

E as reações? As mais importantes ainda não existiram. Ainda não falámos com a família. Os amigos dividem-se em dois grupos, com alguma sobreposição. Os que nos deram os parabéns e os que disseram «E então? Já estava à espera que fossem aprovados!». Este último grupo reúne o maior contingente e inclui o maridão, que ficou mais impávido e sereno do que eu com isto tudo.

Não conheço ninguém da minha geração que tenha adotado (conheço adotantes de há muitos anos, quando o processo era diferente), apesar de conhecer várias pessoas atualmente neste processo. Se alguém passar por aqui com essa experiência, partilhe, por favor, como viveu esta fase. Que dicas ajudam?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

E agora?


E agora, que acabou a avaliação?
E agora, que a formação ainda vai tardar?
E agora, que O Telefonema ainda deve vir tão longe (e o pior é que não fazemos ideia quanto)?

Agora, voltamos à espera. E enquanto esperamos, vou trabalhando nas minhas metas.

Este fim de semana, fizemos 10km (5 em cada dia) de caminhada.
Voltei ao Fit2B - quem quiser aproveitar e juntar-se a mim, é bem vindo:


Join Fit2b.us
Estou a tentar fazer pelo menos um vídeo por semana, e a voltar aos poucos à rotina de fazer exercício em casa. Gosto imenso destes exercícios, focados na segurança, no core, e que permitem percursos graduais. Também gosto do estilo da treinadora que é simpática e terra a terra e não «berra», da ausência de música de ginásio em altos decibéis, e da comunidade no facebook onde vou encontrando apoio.
Para funcionar, é preciso perseverar. Comprar a anuidade é fácil - agora vamos à parte mais complicada: usá-la.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Metas 2017

(Fonte: http://weart.com.br/blog/?p=15)

Parece que o ano de 2016 começou sem metas. Fui lá atrás ao arquivo e não as encontrei. Não admira que tenha sido um ano tão complicado :P

Vamos lá planear metas para 2017 - não fazem milagres, mas realmente ajudam a manter o foco.

Casamento:
- 1 noite/dia/fim de semana especial por mês

Financeiras:
- Elevar o nível das poupanças (tenho uma meta mais específica e um modo concreto de lá chegar em mente: colocando de lado um valor determinado por semana).
- Constituir um pé-de-meia para o IMI e outras despesas extra (para nessas alturas não deitar a perder o objetivo anterior).
- Diminuir a dívida aos meus pais (Também aqui, tenho uma meta específica em mente).

Compras:
- Bicicleta para o L.
- Rever as chaminés da casa
- Se a vida correr mesmo de feição: 1.º ar condicionado e um portátil novo

Trabalho:
- Este ano, basicamente é não cair para o lado de exaustão!
- Não, a sério: 2 artigos ou capítulos, pelo menos
- Manter as orientações em dia

Amizades:
- Um encontro/telefonema semanal, pelo menos.
- Tentar manter contacto com mais pessoas (1x/mês)

Saúde:
- PERDER PESO
- Cozinhar sobretudo em casa
- Comer mais fruta e legumes
- Caminhadas de 10 Km por fim de semana.
- Voltar ao Fit2B, 2x/semana

Pessoais:
- Tornar o meu tempo pessoal de oração realmente diário, consistente e menos apressado.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Avaliação terminada... mas ainda à espera do resultado



Depois de a primeira e muito antecipada data da vista a casa ter sido adiada, desta vez, foi de vez.
Pouco depois do Natal tivemos a visita das técnicas da Segurança Social - a Psicóloga e a Assistente Social que têm acompanhado o nosso caso.
E então?
Basicamente, fizemos uma retrospetiva do processo até aqui. Revimos o perfil que tínhamos delineado para a criança (e fizemos alguns ajustes), falámos das dúvidas que poderiam restar, do que aprendemos no processo e reiterámos a intenção de adotar. Perguntaram-nos porque é que devíamos ser selecionados e, caso não fossemos selecionados, qual seria o motivo para essa decisão. A conversa ainda demorou algum tempo e acho que correu bem.
A seguir, a visita a casa propriamente dita, foi bastante rápida. Parece-me que basicamente viram o espaço e as condições disponíveis e que havia condições para adotar 2 crianças, como propomos. As técnicas não estiveram a ver nada em muito detalhe nem a coscuvilhar - não vale a pena fazer limpezas milimétricas! Basta ter a casa minimamente em ordem e limpa.
E agora?
Agora voltamos à espera. Não sabemos ainda o resultado, que deve chegar por carta. Se formos selecionados, ainda teremos pela frente as 5 sessões da formação C, que devem iniciar em março.

Bom ano para todos. Que 2017 seja um ano de paz e de concretização de muitos projetos.