segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Experiências

Este fim de semana ficámos com os filhos de um casal amigo. São amigos muito chegados, daqueles que são basicamente família - as crianças tratam-nos por tios, e os pais foram passar um fim de semana fora.
Fomos buscá-los à escola na sexta-feira à tarde. Primeiro o rapaz, de 7 anos, depois a menina de 10, e ficaram connosco até domingo à noite.
Foi a minha primeira experiência do género, confesso.
São duas crianças relativamente fáceis, com as suas brigas de irmãos e asneiritas normais - nada de muito complicado, mas mesmo assim, é uma responsabilidade e uma mudança de ritmo que para nós é inédita e que poderá dar um pequeno cheirinho do que será adotar dois irmãos, num futuro incerto. Acabei por sentir que era um pequeno teste.
E então? Fiquei muuuuito cansada - parabéns a quem consegue manter este ritmo todos os dias! Mas correu bastante bem. Acho que eles gostaram. Fartámo-nos de passear (passámos o mínimo de tempo possível em casa, para eles não ficarem colados aos ecrãs e a discutir quem jogava a seguir no tablet), jogámos um jogo de tabuleiro, visitámos um museu, atribuímos-lhes tarefas (as mesmas que têm em casa - fazer a cama, ajudar a tirar a mesa, etc.), mantivemos a disciplina, caçámos pokemons, ajudámos a fazer os TPC... enfim, assumimos a responsabilidade e a brincadeira, durante 2 dias. E não correu mal. Adorei ver o maridão nesse papel - ele tem mesmo imenso jeito. E eu, apesar de não ter tanto jeito como ele, acabei por entrar com mais naturalidade do que esperava nesta função.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A família


Ainda não tínhamos contado nada sobre este processo de adoção à nossa família. Antes de termos o resultado da avaliação era mais uma incerteza - podíamos estar a contar um projeto que iria ser impedido logo à partida e a criar expectativas para nada.
Depois de chegar o resultado da avaliação, começámos a achar que estava na hora de contar. Aquilo que li sobre adoção era pouco otimista a este respeito. Alertava para o facto de a família alargada muitas vezes não estar preparada para lidar com o tema da adoção e poder não reagir de imediato com entusiasmo. Na verdade, nós também precisámos de anos para nos preparar, e chegar até à decisão de adotar, por isso não é de estranhar que os nossos pais precisem de tempo para se habituar à ideia. E tendo isso em conta, decidimos que não era bom adiar a conversa, para garantir que haveria tempo para essa evolução acontecer.
Este fim de semana contámos aos meus pais. E a reação - apesar de não ter sido de entusiasmo - foi bastante positiva. A minha mãe gostou particularmente da ideia de adotarmos irmãos (é o que queremos). Teve maiores resistências à questão da idade, mas acabou por perceber. Não houve qualquer questão sobre a questão da raça - eu disse que não tinha sido um fator no nosso perfil. As questões que a minha mãe fez foram questões que nós próprios nos fomos colocando ao longo do tempo - sobre o processo, sobre a adoção intenacional, etc.
O meu pai não disse nada... mas já me contento com essa reação.
Resumindo - a primeira etapa (contar aos meus pais) foi um sucesso. 
Agora falta a família do marido.