terça-feira, 25 de outubro de 2011

Times like these

Hoje foi um daqueles dias. Começou mal, com a chamada em tom de choro de uma amiga que se viu sem emprego e sem esperança, quase a perder a casa. Uma daquelas coisas que revoltam e que nos deixam com um sentimento de impotência brutal e com o coração apertado.
A somar a isto, a preocupação com os meus cunhados que iam saber hoje mais notícias do bebé (por nascer), que tinha, em exame anterior, evidenciado riscos elevados de uma cardiopatia grave.
Foi um dia acompanhado de uma sensação opressiva. Estive na universidade e senti que toda a gente me estava a evitar, para não ter que me dizer outra vez que não havia novidades do concurso...
Cheguei a casa, onde me tinha esquecido do telemóvel. Duas chamadas não atendidas: do meu (ex)orientador e de uma colega e amiga prestes a dar à luz. Dei prioridade ao orientador - que me perdoe a amiga, mas há pessoas que vêm sempre primeiro, e este senhor está entre os primeiríssimos - que me tinha achado em baixo na última vez que me viu (sexta-feira) e ligou a saber se estava bem e se havia novidades do concurso (digam lá se não tenho o melhor orientador do mundo).
Liguei a seguir à amiga prestes a dar à luz, que ainda não estava no hospital, mas por portas travessas tinha sabido coisas boas sobre o nosso concurso, que parece que pode renascer das cinzas.
E melhor que tudo, falei primeiro com o cunhado e depois com a cunhada, para ficar a saber que parece estar tudo bem com o bebé. Que passou hoje a ser a Francisca.
E no meio deste alívio imenso chega o marido, a quem me abracei tipo lapa. Porque o amo, porque foi um dia duro, porque o alívio é uma coisa que demora a chegar e chega a doer fisicamente, porque é lindo ao ponto de ter feito horas a mais (sem euros a mais) porque está a fazer um trabalho sobre escravatura, e um tema assim merece um esforço especial. E acabei a sentir as lágrimas a chegar aos olhos... porque é mais fácil chorar de alívio do que de medo.

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