sexta-feira, 22 de março de 2013

Mais um dia

Ainda atafulhada de trabalho. O trabalho não esmorece por não estarmos com cabeça para ele.
Fiz uma surpresa ao marido à hora de almoço e fui buscá-lo ao trabalho. Ele está, quer me parecer, mais triste ainda do que eu. Almoçámos a correr num shopping, mas ao menos estivemos juntos. Já soube que os colegas de trabalho se juntaram para lhe dar uma lembrança, o que foi muito querido.

Depois foi voltar para casa onde tenho estado a trabalhar (ou a esforçar-me por isso, pelo menos), na companhia do Eddie e do Ozzy. Andam super carentes e mimosos os meus bichinhos. Não sei se sentem a falta do «mano», se nos sentem tristes, ou ambos. Neste momento tenho os dois deitados ao pé de mim. O Ozzy faz ron ron. Por um lado é difícil vê-los aqui e saber que falta um elemento. Por outro, fico verdadeiramente grata por ter estes dois bichinhos e por estarem os dois livres daquela doença. Não conseguiria entrar em casa e não ter os meus gatos à minha espera. Ao menos tenho dois deles aqui, ao meu lado. Lindos e fofos como tudo, sabem animar-me um pouco.

Continuo com a ideia fixa na necessidade de ligar ao veterinário para saber do Tommy ou de ir lá visitá-lo. Tenho que me lembrar constantemente de que não o posso fazer. Ainda vou demorar a voltar a uma vida normal, mas sei que as coisas hão de melhorar. Sinto algum alívio, e muita gratidão, no meio da tristeza.

O meu gatinho lutou sem se queixar contra a doença, como um verdadeiro herói. Nós fizemos tudo o que pudemos, visitámo-lo duas vezes por dia, pedimos todos os tratamentos que o pudessem ajudar e mantivemos a esperança até ao final. O meu marido apoiou-me como só ele sabe fazer e demonstrou, uma vez mais, o coração enorme que tem. Os médicos e auxiliares do hospital dos animais foram incansáveis. Trataram-no não só com competência, mas também com mimo - algo que não vou esquecer. Todas as pessoas que se preocupam connosco preocuparam-se com o Tommy. Não foi o suficiente, mas foi o que humanamente (e felinamente) foi possível. Tenho a consciência de que não poderíamos, todos nós, ter feito mais. Se foi assim, foi porque tinha mesmo de ser.

Estou grata por todo o apoio que recebemos (o vosso incluído - obrigada de novo), grata pelo esforço imenso do meu Tommy em agarrar-se à vida, em ir buscar forças para interagir connosco quando o visitávamos, grata pelos médicos excelentes que ele teve, grata pelo meu marido e pela nossa família de 4 (como eu gostava que continuasse uma família de 5), e grata por ter tido 3 anos e meio muito felizes com o gatinho mais genuinamente bom que se pode imaginar. O meu gigante sem sombra de maldade, que nos fez rir tantas vezes e nos encheu o coração.

3 comentários:

  1. Foi com tristeza que li que o Tommy partiu; ao ler os teus updates, sempre acreditei que ele fosse resistir, mas infelizmente a vida é mesmo assim.

    Teve uma família fantástica, disso não há dúvidas. A ti desejo muita força, porque eu sei o que dificil é perder estes nossos amiguinhos.

    Bjs

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    1. Muito obrigada Brown Eyes. Também eu mantive a esperança de que ele recuperasse. Um beijinho grande para ti.

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  2. As boas lembranças que te proporcionou serão sempre tuas e ninguém tas poderá levar. xi-♥!

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