segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

A vida nem sempre se compadece

A vida é assim mesmo, não é? Nem sempre se compadece dos nossos planos e boas intenções. Este fim de semana foi um exemplo disso mesmo.
Fui ao Porto na sexta, em trabalho, e a ideia era ficar por lá, onde o marido viria ter. Foi o aniversário do meu sogro e assim passaríamos um fim-de-semana em família, com um pulinho a Braga para ver a casa que não via desde o Natal (e o temporal que houve o mês passado). Parecia bem, não era?

Entretanto, informa-me a minha mãe que vem a Lisboa. Digo-lhe que não vou estar. Tão poucas vezes vem ela a Lisboa e logo calha numa altura em que não estamos.

E surge o primeiro contratempo - os pais do meu marido adoeceram, com aquela gripe forte que anda a atacar meio mundo e recomendaram que não fossemos. E lá mudaram os planos a primeira vez.

Fiquei, então, de ir ao Porto a trabalho, dar um pulo a Braga para ver como estava a casa e dar uma limpeza e vir no sábado para Lisboa, onde estaria o meu marido e onde ainda poderia ver a minha mãe. Não é um plano tão bom como o primeiro, mas não é mau, pois não?

Mas ainda não foi assim que as coisas se passaram.

Fui ao Porto, sim. Dei um salto a casa onde dormi e fiz uma limpeza e vim para baixo no Sábado. Passei a sexta e o sábado em viagens, para dizer a verdade. Combinámos um encontro com a minha mãe no Domingo mas... tivemos que ir a um funeral. A morte não escolhe momentos, e um tio do meu marido faleceu no Sábado. E lá fomos nós, mas uns quilómetros para cima, mais uns quilómetros para baixo, para cumprimentarmos a família e darmos os nossos pêsames. Ninguém poderia esperar esta volta do destino, que para nós foi um fim de semana mau, mas para a família próxima foi o desabar do mundo. Eles teriam, certamente, outros planos para aquele fim de semana. Mas ali estávamos todos, num cemitério - provavelmente o último lugar onde cada um de nós desejaria estar - porque a morte é assim mesmo, apesar de tantas vezes nos esquecermos que assim é.
E voltámos a casa cansados e aturdidos com esta realidade dura que fala sobre a inevitabilidade, a morte, o sofrimento. Porque a vida nem sempre se compadece dos nossos planos, e a morte, essa, nem quer saber dos nossos planos para nada, e não se importa de os interromper com a sua chegada.

2 comentários:

  1. E aí sim concluímos que nada mais há a fazer.

    Um beijinho

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    1. É uma triste verdade. Tenho um e-mail a meio há dias para ti! Beijinho

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