sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A outras coisas, no entanto, não é tão fácil habituar-nos

Fez ontem 1 ano que virámos a vida do avesso e viemos para aqui. Há um ano atrás estávamos nós sem eletricidade em casa, sem sofá, anestesiados de todo perante o desconhecido. Com esperança de que corresse tudo bem, mas com pouca vontade de deixar para trás uma vida feliz.
Um ano depois, algumas coisas tornaram-se mais fáceis. A casa é mais nossa. Há algumas pessoas que se tornaram próximas. O espaço, ainda largamente deconhecido, já tem ilhas de conforto. A saudade de uma outra vida e de um outro contexto, essa, às vezes parece cada vez maior. Comparo-nos (a ele, mais do que a mim) aos emigrantes que partiam para França, sempre com a esperança de voltar a casa.
Por outro lado, a segurança atrás da qual viemos foge-me por entre os dedos. O meu contrato acaba hoje. Faltou uma assinatura, de que alguém se esqueceu, para já ter sido renovado. E agora, só pode sê-lo dia 20 de Setembro. Até lá, ficamos no limbo, a achar que tudo vai correr bem, sem saber se recebo este mês, e quando o recebo, e a trabalhar para preparar um semestre que, para todos os efeitos, não está garantido.
Tomara que o raio do concurso se resolvesse de uma vez por todas, o quanto antes, para deixar de andar ao sabor do vento. Não foi para isso que virei a vida de pernas para o ar, me demiti, e deixei para trás a minha casa, os meus amigos, o meu espaço.

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